SUSTENTABILIDADE  EM PROJETOS DE INTERIORES: Existe um caminho.

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Quando pensamos em projeto de interiores de um ambiente, geralmente imagens de luxo, beleza, grande utilização de pedras, madeira e itens de decoração veem à nossa mente.Ou seja, nos parece impossível aplicar a sustentabilidade por aqui. Quando nos propomos a desenvolver um projeto de interiores com a sustentabilidade em mente, precisamos repensar alguns pontos e nos questionamos sobre esse modelo padrão das nossas escolhas influenciadas por imagens diárias que associamos com arquitetura de interiores.

É neste momento que percebemos que além de termos beleza e custo como critérios, precisamos analisar os impactos positivos e negativos que cada material utilizado em um projeto pode vir causar na sociedade ou até mesmo na nossa qualidade de vida como usuário do espaço que estamos criando.

Atualmente, a base do desenvolvimento sustentável de um projeto de design de interiores traduz-se como desenvolvimento durável. Ou seja, nos referimos a materiais que tem uma  vida útil,que seja muito maior do que outros

E atenção, arquitetura de interiores sustentável não se resume à reutilização de insumos com a decoração sustentável, como por exemplo a utilização em novas formas de móveis de paletes, caixotes ou pneus por exemplo. A arquitetura sustentável está muito além deste “upcycle” que damos a alguns materiais.

Uma arquitetura de interiores sustentável deve levar em consideração alguns pontos, veja abaixo 3 pontos que listamos como os mais impactantes para um bom projeto:

1- Atenção às necessidades humanas

Todo mundo quer um banho quentinho, uma casa bem iluminada, um ambiente aconchegante. Por isso, no momento de projetar de forma sustentável, analisar a maneira como os sistemas utilizados para nos trazer estes confortos funcionam é essencial. Produtos com selos de eficiência Procel (INMETRO), metais com dispositivos economizadores de água e lâmpadas com baixo consumo terão um menor ou maior impacto ambiental, determinando, ainda, qual será a influência financeira nas contas do fim do mês.

Dispositivos economizadores de água para metais. Fonte: Google imagens
Selo Procel

2- Preferir materiais com conteúdo reciclado, mas principalmente, recicláveis.

Uma das características mais estimuladas na escolha de materiais sustentáveis é escolher produtos com conteúdo reciclado. Mas é preciso observar três coisas importantes:

É pertinente?

Possuir conteúdo reciclado é pertinente àquele produto? Nem todo produto pode ter conteúdo reciclado ou pode possuir altos teores de conteúdo reciclado, por causa da qualidade e segurança do produto. Existem normas que determinam as porcentagens de escória para cada tipo de cimento, por exemplo. E ainda não é recomendado tubulações de água e fiação elétrica com conteúdo recic

lado.

É tóxico?

Nem todo resíduo precisa ou pode ser incorporado em um novo produto. Em ambientes internos, por exemplo, alguns elementos podem ser tóxicos, como pisos fabricados com resíduo de pneu.

É reciclável?

Por fim, nem todo produto com conteúdo reciclado é reciclável. O conceito de nutriente técnico e biológico pode ajudar na escolha. Um nutriente técnico é um insumo que poderá ser reciclado quimicamente ou mecanicamente em uma fábrica como, por exemplo, metais, plásticos e vidros.

Um nutriente biológico poderá ser restaurado pela compostagem ou pode ser biodegradável, como algodão e madeira (sem tratamento). Produtos que misturam nutrientes técnicos e biológicos, como tecidos com PET e algodão, telhas de papel reciclado com betume e placas de compósitos de papel, plástico e alumínio, inviabilizam a reciclagem, necessitando uma tecnologia de reciclagem e logística reversa especiais e muitas vezes, inviável.

Símbolo reciclagem.

3- Jardim ou plantas internas? Como escolher de forma apropriada.

Trazer a natureza para nossos ambientes internos sempre traz  boas energias e animam o ambiente, mas antes de colocar qualquer folhagem ou árvore internamente é necessário alguns cuidados:

Busque sempre utilizar espécies nativas regionais e nunca use espécies invasoras.

Plantas nativas terão menor manutenção e menor consumo de água, além de promoverem a biodiversidade local.

Escolha de espécies adequadas ao local: avalie primeiramente a luz do ambiente para especificar plantas de sombra, meia-sombra ou sol.

Escolha um local viável para instalar um jardim interno ou parede verde.O ambiente precisa receber alguma iluminação natural. Espaços sem acesso a aberturas poderão até receber plantas, mas será necessária a instalação de iluminação especial, que produza pouco calor e forneça luz nos comprimentos de onda que são mais utilizadas no processo de clorofila da planta. Ainda, isso poderá não ser suficiente para a sobrevivência e beleza da vegetação

Vegetação em ambientes internos. Fonte: Google imagens

Para você que quer ter um ambiente além de moderno, saudável e ecologicamente correto, vale seguir os caminhos do design de interiores sustentável. E fica a dica: Ao contrário dos modismos da área, que impactam o meio ambiente pelo uso exaustivo de um mesmo material por uma grande quantidade de pessoas, um projeto de design que tem por objetivo ser realmente sustentável deve ser capaz de trilhar o caminho do bom senso, prezando pelo equilíbrio e sem jamais cometer exageros. (Marisa Murta, Arq. E Urb.)


Fontes : http://www.temsustentavel.com.br/design-de-interiores-sustentavel/
http://blog.gbcbrasil.org.br/?p=1210


Construímos seus sonhos, sustentamos seu futuro.

Daniela Manosso Bampi é arquiteta LEED GA. Graduada pela Universidade de Caxias do Sul e Pós Graduada em Construção Sustentável pelo INBEC


 

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