Gesso: sim, sou reciclável!!

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Largamente utilizado em nossas obras atualmente, para o revestimento de tetos e paredes assim como também para divisórias, o Gesso também é um dos principais componentes do sistema Light Steel Frame.

Instalação de Forro de gesso
Fonte: Banco de Imagens Google

 

A quantidade de gesso usada no Brasil na década de 90

 era equivalente a 5 quilos por habitante ao ano. 

Atualmente a média anual está em 30 quilos por brasileiro.

A matéria-prima para a fabricação do gesso é o minério chamado gipsita, cujas maiores jazidas estão localizadas no polo gesseiro de Araripe, no sertão de Pernambuco – o polo é responsável por 95% da produção nacional.

Dado essa grande utilização deste material, o descarte de sobras e a reciclagem do mesmo precisa ser pensada de forma séria. Destinar os resíduos deste material para a reciclagem e após aplicá-los nos processos produtivos, além de reduzir a extração do minério gipsita (matéria-prima para a fabricação do gesso), ainda contribui para a diminuição do descarte inadequado do material, bem como a mitigação da contaminação do solo e lençol freático.

Um dos principais motivos para reaproveitar o gesso é diminuir o impacto da logística da distribuição do produto. Desde a extração do minério, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o material viaja cerca de 3 mil quilômetros até o Paraná. 

Quando descartado de forma inadequada em aterros, pode acarretar sérios problemas ambientais devido as suas características físicas e químicas, que em contato com ambiente pode se tornar tóxico, pois o resíduo de gesso é constituído de sulfato de cálcio di-hidratado. A incineração deste material também pode produzir o dióxido de enxofre, um gás tóxico. As possibilidades de minimizar o impacto ambiental, portanto, estão na redução da geração do resíduo, na reutilização e na reciclagem.

Reciclagem do Gesso
Fonte: Banco de Imagens Google

Gesso sustentável 

Pensando nisso, um estudo estudo conduzido na Unicamp apontou a viabilidade de reciclar o resíduo do gesso proveniente da construção civil. A pesquisa, desenvolvida pela engenheira civil Sayonara Maria de Moraes Pinheiro, atestou a possibilidade de recuperar o material, mantendo as mesmas propriedades físicas e mecânicas do gesso comercial.

O modelo experimental para a reciclagem do resíduo envolve duas fases, moagem e calcinação. Após estas etapas foram avaliadas as propriedades físicas e mecânicas do material reciclado.

“Os resíduos foram submetidos a ciclos de reciclagem consecutivos. Com estes ciclos, nós queríamos verificar se era possível reciclar o gesso, que já havia passado por processo de reciclo. Chegamos até o 5º ciclo de reciclagem e o gesso apresentou características químicas e microestruturais similares ao longo de todo o processo. Podemos inferir, portanto, que ele pode ser reciclado indefinidamente”, conclui.

Os ciclos de reciclagem provam, segundo a engenheira, que o gesso da construção civil pode ser totalmente sustentável.

“Pode-se utilizar o resíduo  em diversos ciclos de reciclagem, que é uma das diretrizes da sustentabilidade no setor. Além disso, evita a extração da matéria-prima de fabricação do gesso, que é a gipsita”, complementa.

A responsabilidade pela correta destinação dos resíduos de gesso é dos geradores, ou seja, neste caso os construtores. Os mesmos devem separa-los em caçambas específicas para este material, para que o descarte seja realizado corretamente.

O gesso precisa ser recolhido em caçambas específicas.
Fonte: Banco de imagens Google

Reciclagem

O que era voluntário passou a ser compulsório. Com o desenvolvimento de tecnologias para reaproveitar os resíduos de gesso, o material passou para a categoria de reciclagem obrigatória.A resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) alterou a classificação material de Classe C (ou seja, materiais que devem ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas), para a Classe B (ou seja, materiais que deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados para áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura).

Aqui no Rio Grande do Sul ainda possuímos poucas empresas que reciclam este material, sendo que a maioria das empresas daqui reutilizam o gesso reciclado como fertilizante na agricultura.

Fontes:

 http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=29&Cod=1321

 http://obrassustentaveis.com.br

http://pct.capes.gov.br/teses/2011/33003017041P4/TES.PDF

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Daniela Manosso Bampi é arquiteta LEED GA. Graduada pela Universidade de Caxias do Sul e Pós Graduada em Construção Sustentável pelo INBEC.

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Daniela Manosso Bampi

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